Uso de GPS em vôos de companhias aéreas

[Bichi]

Celular já é permitido em voo, a Vivo tem roaming internacional nos voos da Air Emirates (custo louco)

Falando de GPS, eu usei o meu Zumo sentado no meio do avião longe da janela e ninguém me importunou, teria desligado na hora se for pedido pois sei que esta proibido.

[Luzemario]

O aparelho GPS, a princípio, não provoca qualquer tipo de interferência em outros equipamentos, sejam aeronáuticos ou não. Por não emitir radiofrequência (ele é apenas receptor), não pode ser classificado como equipamento que utiliza radiofrequência ou espectro radioelétrico, sendo inclusive dispensado de homologação pela Anatel, nos termos da Resolução 259 (Regulamento de uso do Espectro Radioelétrico), de 19/04/01, que pode ser encontrada no site da agência.

É verdade que o GPS usa um oscilador interno (assim como todos os circuitos que tem uma CPU, como relógios de pulso, palms, fornos de microondas, bloqueadores telefonicos, etc, etc, enfim, tudo hoje em dia usa uma CPU... até mesmo o freio do seu carro...) que pode gerar interferência elétrica, mas os níveis são ridículos. Um notebook gera muitas vezes mais interferência, em razão dos vários "clocks" existentes em seus barramentos. Esses osciladores podem inclusive interagir uns com os outros, criando as chamadas "frequências espúrias" ou "harmônicos", mas mesmo esses são a níveis muito mais baixos que os de um transmissor qualquer.

Por puro desconhecimento, tanto na parte técnica como na administrativa, muitos agentes aéreos preferem bloquear qualquer equipamento que use eletricidade (os notebooks são exceção por pura pressão, afinal os executivos endinheirados precisam trabalhar), a fim de minimizar até mesmo causas desconhecidas, afinal, quando um avião cai, a mídia cai em peso em cima das companhias...

Uma vez fui impedido de utilizar um GPS a bordo de uma aeronave "por questões de segurança". Não, não era porquê o GPS poderia interferir em alguma coisa, pois o comissário sabia como ele funcionava, mas pela informação fornecida pelo GPS, afinal eu poderia "causar pânico" se porventura houvesse uma emergência e eu pudesse imaginar que a aeronave estaria nessa situação. Imaginem só, pelo simples fato de saber que o piloto estaria saindo da rota, eu poderia causar pânico aos demais passageiros!

Por esse mesmo motivo fui proibido de utilizar um receptor scanner de bolso dentro do avião, na época da crise aérea. A aeromoça me disse que sabia que um receptor não causava interferência, mas ressaltou que eu ouvir o desespero deles no rádio (nos canais que eles usam para coordenar o embarque) poderia causar revolta dentro da aeronave...

Convenhamos, faz parte do trabalho dos comissários de bordo manter os passageiros dentro do script. Para isso, eles evitam tudo o que não for convencional. Apesar de concordar com esse ponto de vista, acredito que um posicionamento mais formal poderia esclarecê-los sobre o assunto.

Se alguém fizer parte de uma associação de usuários, de forma que possa nos representar, sugiro que seja enviado um questionamento às empresas ou ao sindicato delas, perguntando porque o uso de aparelhos GPS é proibido, uma vez que ele é inofensivo (obviamente, devem ser anexos documentos provando a afirmação de que é inofensivo, que nada mais são do que manuais dizendo que ele só recebe, e os regulamentos da Anatel dispensando aparelhos receptores do encargo de dispositivos interferentes).

"Passageiro que sabe demais dá trabalho".

[Wallace]

Não sabia que eu era um executivos endinheirados, mas que eu preciso trabalhar isso eu já sabia rs rs
Na minha opinião quem pode desfrutar um voo é que deveria ser o endinheirado rs rs.
Normalmente nos voos acabo mais é trabalhando nos mapas do projeto.

[Luzemario]

Não sabia que eu era um executivos endinheirados, mas que eu preciso trabalhar isso eu já sabia rs rs
Na minha opinião quem pode desfrutar um voo é que deveria ser o endinheirado rs rs.
Normalmente nos voos acabo mais é trabalhando nos mapas do projeto.

Hahahaha!!! isso eu li em outro forum... mas acho que se a gente também fizer uma "pressãozinha", eles liberam, a não ser que não queiram que a gente saiba que eles inverteram uma escala em cima da hora, como fizeram comigo num vôo da TAM, onde o vôo ia para SP e depois MS, aí eles resolveram ir primeiro para MS, porque tinha mais passageiros para desembarcar...

Quando saiu no rádio a ordem da coordenação da TAM para o piloto (o volume do rádio estava meio alto, muita gente também ouviu), houve indignação geral... talvez seja isso que queriam me dizer com "causar tumulto", hehehe

[denilli]

Boa noite!

Po, pode até ser uma dúvida idiota, mas aí vai.

Se eu levar meu GPS pra um avião, ele funciona normalmente?
Rola alguma interferência ou nada?
Seria só por curiosidade mesmo, pra ver a velocidade do avião, observar o mapa, etc.

Valeu!

[denilli]

Obrigado pela ajuda.
Vou tentar usar na encolha.
Se eu não voltar pra contar a história, lembrem-se de desligar o de vocês e não usá-los.

[tuareg]

A companhia Azul Linhas Aéreas tem permitido o uso. Solicitei em 3 voos diferentes e os comissários nem consultam o comandante, autorizam prontamente.
Fora o probleminha com a pressurização da cabine, que faz o altímetro ficar maluco, é bem legal.

[hrsodre]

A maioria dos receptores de radio freqüência (GPS inclusive) é do tipo super-heteródino. Eles possuem um oscilador local, cuja freqüência segue para um estágio misturador e "bate" com a freqüência de RF da emissora sintonizada, resultando freqüências soma e diferença entre as duas. A freqüência diferença, que é chamada de freqüência intermediária-FI, é então filtrada, amplificada em um ou mais estágios de FI e em seguida demodulada, para depois se obter o sinal com a informação desejada. Isto permite que os circuitos após o estágio misturador trabalhem sempre com uma freqüência fixa, qualquer que seja a freqüência de entrada sintonizada, simplificando o projeto e implementação dos estágios que se seguem ao misturador. No inicio da Segunda Guerra Mundial, o sinal de RF de entrada entrava no receptor pela antena e seguia direto para o misturador sem passar por nenhum estágio separador; a falta de um estágio separador, posssibilitava que parte do sinal de RF gerado no oscilador local dos receptores se irradiasse pela antena do receptor. Os ingleses se valeram disso por um bom tempo para localizar os submarinos alemães no Canal da Mancha e bombardeá-los, buscando pela freqüência dos osciladores locais dos receptores alemães instalados nos submarinos. Os alemães resolveram esse problema com a introdução de um estágio separador (um buffer) que na realidade é um amplificador de RF que fica entre a antena receptora e o estágio misturador. Isto passou a impedir a irradiação do sinal do oscilador local e a localização dos submarinos. Essa técnica passou a ser utilizada desde então e TODO receptor super-heteródino atualmente a utiliza e A MENOS QUE ESTEJA COM DEFEITO, não deve irradiar RF e interferir no funcionamento de nenhum outro aparelho ao seu redor. Inclusive, a norma da ANAC proíbe apenas a utilização de aparelhos EMISSORES DE RADIO FREQUENCIA!
A alegação das empresas aéreas de que receptores de GPS e rádios AM/FM podem interferir em instrumentos de radiocomunicação e radio navegação de aeronaves é pura precaução, pura neurose diria até, pois se esses aparelhos podem provocar esse tipo de interferência, muito mais provável é que laptops também o façam e até mesmo um relógio de pulso digital poderia emitir RF, pois possuem também um clock que é um gerador de RF. Por outro lado, se equipamentos de navegação pudessem mesmo ser interferidos por emissores de RF, diariamente teríamos queda de aviões comerciais nos perímetros urbanos, pois eles sobrevoam dezenas de estações radio base (ERBs) de operadoras de celular nas operações de pouso e decolagem, que estão com as portadoras de RF constantemente no ar atendendo centenas de usuários simultaneamente e COM NIVEIS DE POTENCIA MUITO MAIORES DO QUE OS telefones celulares dos usuários. Se celulares derrubassem aviões, os jatinhos executivos viviam caindo a todo o momento, porque os executivos os utilizam em vôo, da mesma forma que utilizam seus laptops e outros aparelhos eletrônicos. Além disso, os próprios aviões comerciais estão cheios de aparelhos emissores de RF (transceptores de comunicação em HF, VHF, UHF e sistemas telefônicos para passageiros que operam na faixa de 800-900 MHz), com antenas instaladas do lado de fora das aeronaves. Por que é que esses transmissores não interferem nos equipamentos de navegação das aeronaves? É porque esses equipamentos têm circuitos que filtram e blindam sinais espúrios para evitar essa interferência no seu funcionamento.
Na última viagem que fiz aos EUA, assisti a um episodio do programa Caçadores de Mitos, exibido no canal Discovery, em que foram testados inicialmente em uma bancada e sem blindagem, vários tipos de transmissores, como rádios transceptores em VHF, UHF, celulares nas bandas de 800, 900, 1800 e 1900 MHz, e transceptores trunking na faixa de 890 MHz, ao lado de vários equipamentos de navegação aérea, comuns a muitos modelos de aviões comerciais. Pois bem, apenas um celular na faixa de 850 MHz ocasionou uma pequena interferência em um equipamento de navegação. Em seguida, os participantes do programa levaram os mesmos transceptores para dentro da cabine de um jato comercial e testaram todos em terra, sem decolar para não infringir nenhuma norma de vôo (lá a obediência às leis é cumprida á risca). Só que os equipamentos do jato comercial em teste estavam todos protegidos, blindados, para evitar a interferência de qualquer tipo de equipamento estranho. Pois bem, não foi observada nenhuma interferência, de nenhum transceptor, de nenhuma faixa de transmissão.
Mas no Brasil, infelizmente as coisas não são feitas com critério técnico. A norma da ANAC existe, é correta e proíbe apenas os aparelhos EMISSORES de RF. No entanto, até os atuais celulares multifuncionais, que possuem o MODO AVIÃO em que o celular fica desligado, é proibido por algumas companhias! Outro dia mesmo um comissário me pediu que desligasse o meu, sob a alegação de que aparelhos desse tipo tinham derrubado avião e matado seus colegas. Eu respondi a ele que desligaria, mesmo estando no modo avião, somente em consideração a ele, mas que o meu aparelho jamais poderia derrubar o avião. Disse a ele que o que realmente tem derrubado avião no Brasil, são aeronaves COM REVERSO TRAVADO, pilotos e controladores estressados. Notei que minha observação não foi muito bem aceita.
Para finalizar, uma explicação que ouvi e que talvez seja a verdadeira causa da proibição de uso de celulares em vôo é a seguinte: a recomendação de que não se utilize aparelho celular em vôo, foi induzida pelas próprias operadoras de celular, porque a 10.000m de altitude o sinal das ERBS não é de boa qualidade e isso iria gerar muitas reclamações por parte dos usuários e reclamação de usuário, pelo menos nos EUA e Europa, gera multas altíssimas! Então, os laptops que são imprescindíveis aos executivos são permitidos e os nossos GPS que nos distraem durante o vôo e podem até nos informar se os pilotos não estão seguindo rotas erradas, são proibidos. Pra você ter uma idéia da confusão nos bastidores dos aeroportos, pegue um receptor tipo scanner, muito comum nas lojas que vendem produtos para radioamadores ou nas lojas tipo "xinguelingue" e sintonize nas faixas de terra-avião (112 a 136 MHz-AM), VHF (148-174 MHz-FM) ou UHF (450 a 470 MHz-FM) e a ouça confusão que ocorre com suas bagagens e com o controle dos seus vôos através da comunicação entre operadores. Há momentos em que você vai ficar com medo de embarcar!

[Danniel]

Concordo inteiramente com o post acima. Digo inclusive que é muito mais fácil acontecer o contrário – o avião interferir no funcionamento do GPS.

Isso já aconteceu uma vez que meu aparelho ficou maluco por uns 15 minutos.

A proibição de telefones em modo de vôo é um exemplo de pura preguiça da reguladora. Um aparelho celular com todos os rádios desligados difere do que de qualquer outro aparelho eletrônico? O dia que reclamarem do meu iPhone eu digo que é um iPod touch

Sobre a pressão das operadoras outro argumento é que vários telefones a grande altitude e velocidade causariam um congestionamento nas ERBs, seriam tantos hand-offs que o sistema poderia entrar em colapso.

Sem contar o saco que seria o passageiro ao seu lado falando ao telefone a viagem inteira..

[hrsodre]

Bom, celular eu nunca pretendi e nem pretendo utilizar em vôo, mas nao vejo nenhum problema em utilizar meu Etrex ou meu TomTom instalado no meu HTC pra saber onde estou ou qual é aquela cidade, aquele rio ou aquela represa que aparece na janela ao meu lado.
Mas infelizmente as companhias aéreas proibem o uso qualquer tipo de de receptor, inclusive os de GPS, que como expliquei, não devem interferir em nenhum equipamento de navegação aérea, a menos que estejam com defeito.
Porém, elas não proibem os seus gerentes e técnicos de manutenção de travarem reversos defeituosos para obterem uma economia de custos que isto sim, derruba aviões e mata passageiros, e nem resolvem o problema de pilotos com carga de trabalho excessiva, que os faz desempenharem mal sua função colocando vôos em perigo. Também as autoriddes aeronáuticas ainda não resolveram o problema dos controladores sobrecarregados que, estressados, acabam cometendo erros e não percebem aeronaves em rota de colisão.
Mas é mais fácil colocar a culpa nos GPS, nos receptores AM/FM e nos diversos equipamentos eletrônicos DOS PASSAGEIROS e não dos aviões.